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12/09/2021

Uma trajetória repleta de energia

Se tem uma palavra que simboliza bem a vida do engenheiro eletricista e civil Djalma de Oliveira é "energia". Energia para fazer dois cursos de Engenharia simultaneamente. Energia para construir uma carreira consolidada em cada uma das áreas. Energia para fundar o Rotary Clube Bauru Norte e, juntamente com outros profissionais, a Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bauru (Assenag). E energia para, mesmo após se aposentar, continuar trabalhando até meados dos seus 80 anos.

Inclusive, durante mais de três décadas em sua trajetória profissional, lidou diretamente com a energia - neste caso, a elétrica. Trabalhou como engenheiro eletricista durante 35 anos na CPFL - empresa chamada carinhosamente por ele e por familiares apenas de 'Força e Luz' -, entre 1960 e 1995, e ainda atuou em várias cidades paulistas, principalmente em Bauru.

Já como engenheiro civil, dentre vários feitos, foi responsável por várias obras importantes no município, como a construção da Creche Berçário Rodrigues de Abreu, no Jardim Redentor.

Hoje, aos 89 anos, Djalma está cuidando das muitas plantas que têm em casa e aproveitando a vida com a família - que ele se enche de amor ao falar -, formada pela esposa, Marina; pelos seus cinco filhos, Laura, Márcia, Lúcia, Djalma e Cláudia Leonor, e por suas quatro netas, Juliana, Sofia, Isabel e Heloísa. Leia, a seguir, os principais trechos da entrevista:

Jornal da Cidade - O senhor é de Bauru? Como foi sua infância?

Djalma de Oliveira - Sou de Barretos. Na década de 1940, a gente fazia quatro anos de grupo escolar para, em seguida, cursar quatro anos do ginasial. Mas, como em Barretos não havia curso colegial, fui estudar em Uberaba (MG), onde morei na casa da minha avó, dona Sinhá, junto com as tias Olga e Lili. Tenho muitas lembranças da minha idade de moleque. Uma delas é a Festa do Peão do Boiadeiro.

JC - E como eram seus pais?

Djalma - Todos nós ajudávamos nas atividades que meu pai, José Herculino, e minha mãe, Leonor, desenvolviam. Meu pai era tropeiro. Ele arrendava uma fazenda e buscava bois em Mato Grosso para engordar. Eram cerca de 500 cabeças. Uma vez, quando tinha 15 anos, eu e meu irmão mais velho, Ênio (em memória), fomos juntos com meu pai levar uma boiada de Ponte Mendonça, perto do Rio Grande, até Paulo de Faria (SP). Ficamos durante uma semana tocando bois pelas estradas. Dormimos em redes e fazia muito frio. Talvez tenha sido por isso que optei por outra profissão.

JC - Como foi o início de sua carreira?

Djalma - Fui para São Paulo, porque só lá tinha faculdade de Engenharia. Meu irmão Ivan (em memória), também engenheiro, me aconselhou a tentar o curso de Arquitetura, pois tinha menos concorrentes. Decidi fazer cursinho. Pensei até em voltar para Barretos, porque achei que não conseguiria. Certo dia, fui até a Igreja da Consolação, que era perto de casa, e, naquele silêncio, tive o seguinte pensamento: "continue estudando". Continuei e ingressei em uma das últimas vagas de Engenharia Civil no Mackenzie. E, também por indicação do Ivan, que achava que o campo para a Civil estava esgotado, acabei cursando Engenharia Elétrica e Civil ao mesmo tempo.

JC - E como chegou na CPFL?

Djalma - Me formei em 1959 e passei um período em Barretos, pois, após terminar a faculdade, estava com esgotamento físico. No último dia do repouso indicado pelo médico, recebi um telefonema de um dos meus colegas. Ele me contou que havia ingressado na CPFL e me chamou para fazer uma entrevista. Fui admitido para a Regional de Ribeirão Preto em 1960. Depois de um ano, vim para Bauru, uma regional grande onde precisavam de mais um engenheiro eletricista. Me aposentei 35 anos depois.

JC - Acredito que viveu momentos profissionais marcantes, né?

Djalma - Na CPFL, quando ocupei as chefias nas áreas da Divisão Comercial e Divisão Técnica. Fora de lá, como engenheiro civil, fui responsável pela construção da Creche Berçário Rodrigues de Abreu e contribuí com as obras do Instituto de Reabilitação Social 1.º de Agosto. Também participei da fundação da Assenag, ao lado de Luiz Edmundo Coube, José da Silva Martha Filho, Fernando Pinho e Guilherme Ferraz. Fui o quarto presidente da instituição e procurei consolidar sua atuação em um momento em que a cidade estava em pleno crescimento. Também fui fundador do Rotary Clube Bauru Norte, tendo sido seu segundo presidente.

JC - Fale um pouco de sua família...

Djalma - Falar da minha família é o que mais me toca o coração. Conheci a Marina, minha esposa, há 56 anos, quando ela era "bandeirante" e estava parando carros na rua, pedindo donativos para a Santa Casa de Bauru. A segunda vez que nos encontramos foi em uma eleição. Eu era presidente de mesa e as "bandeirantes" davam apoio aos mesários, caso necessitassem. No dia seguinte, telefonei para agradecer a atenção que ela nos havia dispensado. Eu tinha um grupo de amigos que torcia para que o namoro evoluísse a noivado e casamento. Tanto é que eles, José Alberto Ferraz Araújo e Fausto Cardoso, presentearam-nos com as alianças para noivado. Marina e eu seguimos felizes e apaixonados. Nossos filhos e netas trazem encanto e felicidade para nossas vidas.

JC - Hoje, o senhor está descansando, curtindo a família?

Djalma - Até pouco tempo, ainda emitia laudos de perícia técnica em parceria com o engenheiro Richard Gebara (em memória). Mas, hoje, me dedico a cuidar das minhas netas, da casa, das minhas plantas e da minha horta, acompanhado da Marina.



Fonte: JC Net
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