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A Prefeitura de Bauru gastou R$ 24,262 milhões para o enfrentamento da pandemia da Covid-19 na cidade. O valor corresponde a 100% dos recursos repassados pelo governo estadual e pela União no ano passado, além de um complemento de pouco menos de R$ 1 milhão, oriundo dos cofres do próprio município.
Segundo números informados pela prefeitura ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), e que podem ser acessados no Painel Covid (www.tce.sp.gov.br/covid19), em 2020, foram empenhados R$ 18,897 milhões repassados pelo governo federal e R$ 4,443 milhões garantidos pelo Estado. Ainda de acordo com a plataforma, Bauru também utilizou R$ 924 mil em recursos próprios.
De acordo com o secretário municipal de Finanças, Everton Basilio, entre os principais investimentos realizados, estão R$ 6,932 milhões destinados à contratação de médicos, por meio da Fundação Estatal Regional de Saúde da Região de Bauru (Fersb), para trabalho no Posto Avançado Covid-19 (PAC), que funciona ao lado do Pronto-Socorro Central. "Também investimos R$ 2,4 milhões para aquisição de testes rápidos de Covid-19, R$ 2 milhões para compra de EPIs, como luvas, máscaras, toucas e óculos de proteção e R$ 1 milhão para compra de medicamentos", elenca.
COMPARATIVO
Os custos com internação no Hospital Estadual (HE) e no Hospital das Clínicas (HC) não entram no cálculo do TCE, já que o serviço é bancado pelos governos federal e estadual e gerido pela Famesp, sem participação da prefeitura. "Neste caso, o montante é maior do que o gasto pelo município. Mas vale lembrar que as duas unidades hospitalares são referência de atendimento para toda a região", pontua José Paulo Nardone, diretor da Unidade Regional de Bauru do TCE.
Para dar uma dimensão do tamanho do investimento envolvido, o secretário de Finanças explica que os R$ 24,2 milhões utilizados no combate ao novo coronavírus equivalem a mais de um terço de todo o valor que saiu dos cofres da Prefeitura no ano passado para a realização de obras e aquisição de equipamentos e veículos para todas as secretarias municipais de Bauru - foram R$ 63,145 milhões, no total.
"Também como medida de comparação, a Prefeitura desembolsou, em 2020, R$ 41,884 milhões para pagamento de vale-alimentação dos cerca de 6,2 mil servidores municipais e R$ 25,738 milhões para o plano de saúde. Este último é um valor bem próximo do que tivemos disponível, entre repasses e recursos próprios, para o enfrentamento da pandemia no ano passado", acrescenta.
PER CAPITA
Para cada caso confirmado de Covid-19 em Bauru desde o início da pandemia até dezembro, o município investiu cerca de R$ 1.170,00, considerando os repasses recebidos dos governos federal e estadual, bem como recursos próprios. Conforme o JC divulgou, do início da pandemia até junho, quando o pico de casos ainda estava longe de ser alcançado, o valor desembolsado por pessoa infectada era de aproximadamente R$ 6 mil.
Porém, naquele momento, a cidade ainda contabilizava os primeiros 1.561 casos positivos, enquanto mobilizava recursos para garantir a estrutura de atendimento à população durante a pandemia. Dos quase R$ 6 milhões gastos até aquele momento, R$ 1 milhão, por exemplo, foi destinado à aquisição de um tomógrafo para detecção de anormalidades pulmonares provocadas pelo novo coronavírus.
"Com um volume menor de casos confirmados, o valor per capita tende a ser maior. Já em dezembro, Bauru havia chegado a 20.724 casos. Então, a tendência é haver esta redução do custo per capita", completa José Paulo Nardone, do TCE.
Assim como fez no ano passado, a Prefeitura de Bauru continuará destinando boa parte dos recursos repassados pelos governos estadual e federal para a aquisição de testes rápidos de Covid-19. Porém, em 2021, com a chegada das vacinas, uma das prioridades será garantir os insumos necessários para a imunização de toda a população.
De acordo com o vice-prefeito e secretário municipal de Saúde, Orlando Costa Dias, o município possui um estoque de quase 300 mil seringas e agulhas, quantidade suficiente para assegurar a aplicação de duas doses em 150 mil bauruenses. Lotes complementares, então, precisarão ser comprados.
"A expectativa é de que o número de casos comece a cair dentro de dois, três meses. Com isso, o volume de investimento demandado para o enfrentamento da pandemia deverá diminuir, inclusive em relação à compra de testes", aponta.
Em janeiro deste ano, porém, diferentemente do que ocorreu no ano passado, o aporte de recursos recebidos por Bauru foi menor, de apenas R$ 120 mil em repasses do governo federal e nenhum quantitativo, até o momento, do governo do Estado. Assim, ao menos por enquanto, caberá ao município gerir da melhor forma possível este recurso e até mesmo complementar os investimentos com verbas próprias para o combate à pandemia. Além de efetivar os investimentos, o secretário destaca que continuará reivindicando junto ao governo do Estado a abertura de novas vagas de internação na cidade.
