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29/11/2021

Virologista: 'A nova variante é motivo para apreensão, mas não para pânico'

O surgimento de uma nova variante da covid-19 na África com maior potencial de contágio deixou em alerta a comunidade médica nesta sexta-feira (26). Amílcar Tanuri, coordenador do Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), afirmou que apesar da apreensão ser natural diante desta nova revelação, o momento no Brasil não precisa ser de pânico.

Confira a entrevista na íntegra. 

RIO – Por que essa nova variante do Sars-CoV-2 preocupa tanto?

Porque tem um número muito grande de mutações e essas alterações estão em lugares cruciais do vírus. Há 32 delas apenas na proteína S, alvo da maioria das vacinas e dos anticorpos produzidos pelo corpo em resposta à infecção.

E o que isso significa?

Não se sabe. Na verdade, sabemos muito pouco sobre essa linhagem. Mas claramente ela se adaptou em resposta ao sistema imunológico humano. Há dez mutações apenas no domínio RDB, a região na qual o vírus se liga às células humanas.

Países e mercados estão em pânico. Há motivo para isso com o que se sabe até agora?

Há motivo para apreensão e muita pesquisa, para revelarmos a cara do inimigo e a ameaça de fato que ele representa. Mas, a meu ver, com o que sabe, não há motivo para pânico.
 

Porque sabemos que ela tem muitas mutações, mas não o que estas significam. Ela tem, por exemplo, mutações que parecem torná-la mais transmissível. A taxa de transmissão estimada é altíssima. Cientistas já viram que se espalha depressa pela África. Inclusive na província sul-africana de Guateng, onde fica Johannesburgo, e que tem entre 50% a 60% da população vacinada. Mas isso significa que pode escapar do sistema imune e das vacinas? Não sabemos.

 

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